Duas das mais prestigiadas universidades do mundo, uma americana e outra britânica, duelam nos bastidores para tentar levar o “passe” da jovem paquistanesa e Nobel da Paz Malala Yousafzai, 18, baleada pelo Taleban em outubro de 2012 por causa do ativismo pelo direito a educação de jovens e crianças.
Malala deve decidir até o ano que vem em qual universidade pretende estudar depois de concluir o equivalente ao ensino médio na Edgbaston High School, um colégio só para garotas em Birmingham, no Reino Unido, onde mora desde que deixou o Paquistão com a família.
Ter na sala de aula (e vivendo no país) umas das figuras globais mais badaladas do planeta é sinal de prestígio mesmo para uma universidade consagrada, como a americana de Stanford, na Califórnia, e a britânica de Oxford.
Malala e a família já visitaram o campus em Stanford de olho num curso de política. Uma declaração de seu pai, Ziauddin, ao “The Sunday Times” encheu de ciúmes os britânicos: “Eles (americanos) têm 300 dias de sol, o que é um fenômeno raro no Reino Unido e faz uma diferença”.
A Universidade de Oxford não tem sol para oferecer, mas abriu as portas para Malala conhecê-la, sonhando em ter a jovem em um dos seus celebrados cursos de graduação, como o de Política, Economia e Filosofia, que já teve, entre seus alunos, o atual premiê David Cameron. Notas para tanto parece não ser problema: Malala obteve em agosto desempenho de alto nível nos exames GCSEs, semelhantes ao brasileiro Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Sempre cercada de assessores, Malala é uma marca global. O livro sobre sua vida, lançado em 2013, virou um best-seller, uma entidade, “Malala Fund”, é símbolo de campanha pela educação de crianças e um documentário sobre ela será lançado em breve.
Malala e a família (pai, mãe e dois irmãos) foram viver no Reino Unido em 2012 numa operação coordenada pelo ex-premiê Gordon Brown (Trabalhista) para que ela pudesse se tratar em Birmingham do ataque sofrido pelo Taleban. Três anos se passaram e os britânicos farão de tudo para não perdê-la para os americanos.