Após a surpreendente renúncia de Joseph Blatter à presidência da Fifa, surge a pergunta: quem pode assumir o seu lugar? O jogo está completamente aberto.
Literalmente os cartolas terão de tirar um nome da cartola. O estrago é tão grande que não sobrou, aparentemente, ninguém.
O secretário-geral, Jerôme Valcke, foi preparado por Blatter para o cargo.
Agora, envolvido no escândalo da propina de US$ 10 milhões, deve se afastar do cenário político da Fifa, assim como seu comandante.
A cúpula da Uefa, entidade que dirige o futebol europeu, se reúne sexta (5) em Berlim, onde no sábado (6) ocorre a final da Liga dos Campeões entre Juventus e Barcelona.
Num primeiro momento, seu presidente, o ex-jogador francês Michel Platini, surge como aposta natural para a eleição que deve ocorrer até março de 2016.
Platini, no entanto, se recusou a enfrentar Blatter e provavelmente não deve confirmar tão cedo se pretende, enfim, se candidatar ao cargo.
Dois pontos contam contra ele:
1. Dificilmente terá o apoio das influentes federações espanhola e francesa, alinhadas até hoje à gestão de Blatter – embora possa ter a da inglesa, tão forte quanto (ou até mais) economicamente.
2. Aliados de Blatter guardam na manga investigações sobre a escolha da sede do Qatar (Copa de 2022) em que o nome do francês surgiu em meio às denúncias de compra de votos.
Mesmo assim, a Uefa e Platini sabem que talvez seja a única chance de enfim tomar o poder e controlar o futebol mundial depois de conseguirem o que queriam, derrubar Joseph Blatter.
Derrotado por Blatter na eleição de sexta-feira (29), o príncipe da Jordânia Ali bin Al-Hussein, que teve o apoio da Uefa, já disse que vai disputar novamente.
Não há um nome na tradicional cartolagem da América do Sul ou da região da Concacaf (América Central e Caribe) capaz de limpar a imagem da Fifa e agregar apoio no momento – o mesmo ocorre na Ásia e na África.
Certamente, Blatter tentará fazer um sucessor – tem capital político para tanto, sobretudo entre os cartolas africanos e asiáticos. A questão é saber quem topará aparecer ao lado dele após a queda em meio a um escândalo de corrupção sem precedente na história do futebol.