Leandro Colon

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Editado por Leandro Colon, correspondente da Folha em Londres, blog aborda um pouco mais do que é notícia na Europa. Formado em jornalismo e com dois prêmios Esso, Colon está na Folha desde 2012.

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Horas antes de morrer, Boris Nemtsov chamou Putin de “mentiroso”

Por Leandro Colon

Menos de quatro horas antes de ser morto, o líder político Boris Nemtsov chamou o presidente Vladimir Putin de “mentiroso” e defendeu eleições “honestas” na Rússia.

Às 20h07 de sexta-feira (27), Nemtsov deu uma entrevista à rádio Ekho Moskvyat para convocar a população a participar da marcha contra o governo marcada para este domingo (1) no subúrbio de Moscou.

Ele foi assassinado pouco depois, por volta das 23h40 (17h40, horário de Brasília), numa ponte a 200 metros do Kremlin.

“As pessoas perguntam por que estamos convidando para essa marcha. Eu respondo: se muitas pessoas vierem, alguma coisa vai mudar. Essa marcha pode levar a Rússia em direção à paz, fazer o Kremlim retomar a razão”, disse Nemtsov.

Ele continuou: “Eu não quero mentir e o Putin é nosso especialista em mentira, um mentiroso patológico. Quando todo poder e as regras são concentrados na mão de uma pessoa, o fim disso será catastrófico.”. Imagens e o áudio da entrevista no estúdio da emissora foram divulgados na Rússia (clique aqui para assistir a íntegra, em russo).

Ele vinha sendo um crítico constante ao apoio russo aos separatistas no conflito no leste da Ucrânia. Na entrevista, reforça essa posição: “A principal razão dessa crise é que Putin começou uma política insana de guerra contra a Ucrânia, agressiva e fatal para nosso país e nossos cidadãos”.

“Imaginamos um debate entre mim e Putin. Eu começaria com a primeira pergunta: por que soldados russos estão sendo mortos, enquanto você, comandante-chefe, os rejeita, mentindo que não estão lutando (na Ucrânia)?”

Ele ainda defendeu uma “reforma política” no país. “É necessário termos eleições honestas, com os partidos de oposição participando naturalmente, abolir a censura e acabar com a propaganda de mentiras”.

O jornal britânico “The Telegraph” fez uma edição de alguns trechos, com legendas em inglês. Veja abaixo:

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