O primeiro-ministro britânico, David Cameron, foi flagrado nesta terça-feira (23) confessando o alívio da rainha Elizabeth 2ª ao saber do resultado do plebiscito da Escócia.
Em conversa com o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, Cameron disse que, ao informar a rainha da vitória do “não” (contra a independência escocesa) , ela “purred down the line”, algo como “ronronou (como fazem os gatos) do outro lado da linha”. “Nunca ouvi alguém tão feliz”, disse o premiê.
A conversa foi captada pelo áudio de uma câmera da rede Sky News (clique aqui para assistir).
O vazamento da conversa repercutiu imediatamente em todos os veículos da mídia britânica. Primeiro, porque a liturgia do cargo manda que o primeiro-ministro seja discreto sobre suas conversas privadas com a rainha.
No caso, Cameron não só fez um relato a uma terceira pessoa, o empresário e ex-prefeito de Nova York, como teve o diálogo captado e transmitido para todos simplesmente revelando a reação da rainha – indiscrição demais para os padrões britânicos.
Além disso, a informação de que a rainha Elizabeth reagiu com satisfação ao placar plebiscito escocês de quinta-feira (18) expõe uma posição dela contra a independência, contrariando a praxe de se manter neutra em questões políticas do território.
Durante a campanha, Elizabeth 2ª avisou que não tomaria posição, embora na reta final tenha pedido para os escoceses votarem com “cuidado”, o que foi interpretado como um desejo pela permanência da Escócia no Reino Unido.