Platini desiste da Fifa e abre caminho para reeleição de Blatter

Por Leandro Colon

O ex-jogador francês Michel Platini, atual presidente da Uefa, anunciou nesta quinta-feira (28) que não será candidato à presidência da Fifa em 2015.

A decisão deixa o caminho mais fácil para a reeleição do suíço Joseph Blatter, que busca o quinto mandato à frente da entidade.

Platini, até então cotado para ser o principal rival de Blatter na disputa, comunicou sua decisão aos delegados da Uefa numa reunião em Monte Carlo.

Ele avisou que pretende continuar no comando da associação que dirige o futebol europeu. “O importante é o futuro da Uefa e do futebol. O futebol europeu nunca esteve tão forte e poderoso como hoje e eu tenho toda intenção de manter essa supremacia”, disse Platini.

Platini, presidente da Uefa. Crédito: AP
Platini, presidente da Uefa. Crédito: AP

Em junho, durante a Copa no Brasil, Platini e outros dirigentes europeus haviam se posicionado contra a permanência de Blatter no poder – o suíço está desde 1998 no comando da Fifa.

O francês era o nome considerado capaz de derrotá-lo numa eventual disputa.

O único candidato declarado até agora, o também francês Jerôme Champagne, busca mais se manter no cenário do futebol do que realmente vencer a disputa contra Blatter, de quem, aliás, foi secretário da Fifa até pouco tempo atrás. Não se descarta a possibilidade de Platini e seus aliados na Uefa lançarem um nome nem que seja para marcar posição.

A decisão do dirigente francês ocorre antes da divulgação da conclusão da investigação da Fifa sobre um esquema de propina que teria favorecido a candidatura do Qatar para sediar a Copa de 2022.

O ex-jogador teve o nome mencionado no escândalo por supostos encontros secretos com o catariano Mohamed Bin Hammam, ex-vice-presidente da Fifa e apontado como pivô da distribuição do dinheiro. Ele foi um dos principais entusiastas da candidatura.

O promotor americano Michael Garcia, chefe do Comitê de Ética da Fifa, promete entregar em setembro seu relatório final. A previsão é que, mesmo que não comprove compra de votos dentro da entidade, ele aponte que dinheiro e privilégios foram distribuídos a cartolas e federações regionais no processo de escolha.

Conforme a Folha mostrou em julho, Blatter sinalizou a aliados a intenção de retirar a Copa do Qatar, como forma de “limpar” a imagem da entidade. Na prática, também enfraqueceria Platini, até então cotado para a disputa da presidência da Fifa.

Agora, com o francês fora do jogo, resta saber se o presidente da Fifa vai levar essa disposição adiante.