O tenebroso vídeo mostrando que o jornalista americano James Foley foi decapitado pelo Estado Islâmico (EI) pode comprovar o que tem assustado o Reino Unido: jovens britânicos na linha de frente da batalha da milícia.
O sotaque britânico do homem mascarado que aparece ao lado de Foley (e com uma faca para decapitá-lo) fez o primeiro-ministro David Cameron interromper suas férias e retornar a Londres imediatamente.
O serviço de inteligência foi acionado para investigar se o homem é cidadão britânico – pelo sotaque, vão tentar saber, por exemplo, de qual região ele seria.
O que se vê agora é que esses jovens estão sendo recrutados não só para somar força na jihad como também podem integrar seu comando, sobretudo pela fluência na língua inglesa e pelo conhecimento do Ocidente.
Desde ontem à noite, os principais canais de televisão daqui só falam disso, assim como os sites dos jornais.
A fuga de britânicos para lutar em países como Síria e Iraque atormenta o governo britânico, que calcula em pelo menos 500 jovens do Reino Unido atuando pelo EI.
Em junho, estive em Cardiff, onde viviam alguns desses “jihadistas”, como os irmãos Nasser, 20, e Assel, 17, Muthana. Na época, entrevistei o pai deles. Ahmed. “Desisti dos meus filhos’, disse.
No vídeo sobre o jornalista James Foley, o homem encapuzado diz ao governo americano: “Você não está mais lutando contra uma insurgência. Somos um exército islâmico e um estado que tem sido aceito por um grande número de muçulmanos em todo o mundo”.
E afirma: “Assim, qualquer tentativa sua, Obama, para negar aos muçulmanos o direitos de viver em segurança sob o califado islâmico irá resultar no derramamento de sangue de seu povo”.
Hoje cedo, o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Philip Hammond, disse que o governo está atento ao envolvimento de seus cidadãos no EI. Confirmado que o homem do vídeo é realmente um cidadão britânico, será questão de honra para o governo de David Cameron, tão subordinado politicamente ao de Barack Obama em questões militares, identificá-lo para ajudar na sua captura.