As autoridades britânicas anunciaram na noite de ontem (2) o aumento da fiscalização dos voos que saem dos aeroportos daqui para os Estados Unidos – o mesmo deve ocorrer em breve para outros destinos.
A medida foi divulgada após o governo americano revelar a suspeita de que a rede terrorista Al Qaeda estaria produzindo uma bomba indetectável pelo sistema de segurança de aeroportos.
O ministro dos Transportes do Reino Unido, Patrick McLoughlin, não quis dar detalhes sobre o que mudará na vida dos passageiros.
Hoje, em qualquer aeroporto daqui, antes de passar pelo o que apelidamos no Brasil de “raio X”, você é obrigado a tirar os líquidos das malas de mão, separar lap-top e Ipad, tirar os cintos, talvez os sapatos, entre outras coisas.
Tenho viajado muito a trabalho nos últimos meses e posso dizer que não vi ainda na Europa algo tão rigoroso como no Reino Unido. A paranoia só aumenta.
Ainda mais depois da estimativa revelada de que pelo menos 500 britânicos foram para a Síria e o Iraque recentemente para se juntar a grupos terroristas.
São os “jihadistas caseiros”, muçulmanos que deixam tudo para trás para pegar em armas e ameaçar o ocidente. A Folha visitou um dos centros islâmicos em Cardiff suspeitos de contribuir para o radicalismo desses jovens (leia aqui a reportagem).
Um deles , Nasser Muthana, 20, teria postado essa semana no twitter imagens de bombas caseiras sob a ameaça de que pode retornar ao Reino Unido.
Esses episódios, da segurança em aeroportos e dos jovens jihadistas, atormentam o governo de David Cameron a menos de um ano das eleições gerais do Reino Unido.
Passar a sensação de segurança (e garanti-la, é claro) aos britânicos e a todos que moram aqui é um dos principais desafios do Partido Conservador para impedir o retorno dos trabalhistas ao poder em 2015. Não será fácil.