Leandro Colon

do Reino Unido

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Editado por Leandro Colon, correspondente da Folha em Londres, blog aborda um pouco mais do que é notícia na Europa. Formado em jornalismo e com dois prêmios Esso, Colon está na Folha desde 2012.

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Londres vira a capital mundial dos bilionários

Por Leandro Colon

Londres é a capital com o maior número de bilionários no mundo. Pelo menos é o que diz pesquisa que acaba de ser divulgada pelo “The Sunday Times” .

Hoje, 72 bilionários vivem na capital britânica,  à frente de Moscou, 48, e Nova York, 43. Ao todo, 104 pessoas integram a turma do bilhão no Reino Unido, superando pela primeira vez a marca dos 100. Há 10 anos, esse “clube” era de 30 pessoas.

A fortuna dos 104 somada chega a 301 bilhões de libras (algo em torno de R$ 1,2 trilhão).

No topo da lista estão os irmãos indianos  Srichand e Gopichand Hinduja, donos de 11,9 bilhões de libras. Eles comandam o  conglomerado “Hinduja Group“, baseado em Londres e que atua em 37 países no setor financeiro, de energia e industrial. A família vive numa mansão perto do Palácio de Buckingham. Há quem diga que Srichand, vegetariano, costuma levar sua própria comida quando é convidado para almoçar ou jantar com a família real.

Srichand Hinduja, o homem mais rico do Reino Unido
Srichand Hinduja, o homem mais rico do Reino Unido

Hoje, para fazer parte dos 50 mais ricos por aqui, é preciso ter, no mínimo, 1,7 bilhão de libras (há dez anos, o corte era a partir de 700 milhões). Os dados apontam um bilionário a cada 607 mil pessoas contra um por 1,2 milhão nos Estados Unidos.

Na lista ainda há nomes conhecidos como os dos oligarcas russos Roman Abramovich, dono do time do Chelsea, e Alisher Usmanov, um dos homens fortes do Arsenal – ambos fizeram fortuna na privatização pós-União Soviética.

O que chama a atenção é que grande parte dos  super ricos de Londres não é britânica. Pelo menos metade nasceu fora. A cidade virou um”playground” de ricaços estrangeiros que decidiram se instalar aqui por vários motivos, entre eles – talvez o principal – o baixo pagamento de impostos.

Muitos deles não são domiciliados oficialmente no Reino Unido e pagam em torno de 50 mil libras por ano (o que é nada para eles) em troca da permanência como investidores se tiverem vivido por mais de 12 anos por aqui. Assim, escolhem outros países para declarar e pagar seus impostos.

Philip Beresford, responsável pelo estudo do “The Sunday Times”, diz ainda que, além da questão dos impostos, o estilo de vida, a educação dos filhos, e a boa receptividade de Londres a investidores externos atraem os bilionários.

Há ainda a língua inglesa e a localização de Londres que facilita com rapidez o acesso a cidades da Europa. O “The Sunday Times” destaca também a postura dos bancos britânicos de não exigir muitos detalhes sobre a origem do dinheiro.

O jornal argumenta que esses bilionários geram empregos e ajudam a movimentar a economia do Reino Unido. Em contrapartida, os críticos lembram de recente estudo mostrando que as cinco famílias mais ricas do Reino Unido somam uma fortuna de 28,2 bilhões de libras, mais do que os 28,1 bilhões divididos entre os 12,6 milhões de pessoas consideradas as mais “pobres” – cerca de 20% da população. Além disso, uma em cada seis crianças britânicas vivem na pobreza.

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