Pesquisa divulgada pelo jornal “The Observer” (a edição de domingo do “The Guardian”) diz que mais de dois terços dos britânicos consideram bem-vindos os novos romenos e búlgaros que devem chegar a partir de 1º de janeiro, quando cai a barreira legal que hoje os impede de procurar emprego no Reino Unido.
A pesquisa chama a atenção porque contrasta com a postura do governo local e de outras autoridades que prometem fechar o cerco aos imigrantes desses países, conforme mostra reportagem publicada na edição impressa da Folha.
O levantamento diz que 68% dos britânicos vão receber bem os novos imigrantes desde que estejam dispostos a aprender inglês, trabalhar, pagar impostos e se integrar à comunidade local. Apenas um entre quatro (24%) defende que o governo tente mudar as regras de livre trânsito da UE (União Europeia). Ou seja, uma das principais bandeiras do premiê David Cameron (Partido Conservador) e da legenda nacionalista Ukip tem o apoio de uma minoria da população.
Romênia e Bulgária entraram em 2007 na UE, mas só agora em 2014 seus cidadãos poderão atravessar fronteiras de Reino Unido, França, Alemanha, entre outros países, em busca de emprego – com os mesmos direitos dos demais membros do bloco.
Cameron aposta que o Reino Unido será a rota preferida. Diante disso, tem anunciado restrições a novos imigrantes da UE, com foco em romenos e búlgaros.
A tensão deve aumentar no serviço de imigração na virada do ano. O governo estima que o número de novos imigrantes desses países pode chegar a 70 mil por ano (hoje, 141 mil vivem aqui).
As próximas semanas mostrarão a reação do governo e se realmente haverá esse fluxo. Hoje, o jornal “Daily Mail” aponta uma série de problemas que esses novos imigrantes trariam, afetando o mercado de trabalho e os serviços de saúde e educação.
Enquanto 2014 não vem, tudo é mera especulação. É muito difícil prever quantas pessoas de Romênia e Bulgária querem migrar para o Reino Unido. A única certeza até agora, ao que parece, é que as autoridades britânicas estão bem distantes do que pensa sua própria população.