Nelson Mandela tem recebido homenagens e mais homenagens em Londres desde sua morte. O primeiro-ministro David Cameron e seus três antecessores (John Major, Tony Blair e Gordon Brown) foram à África do Sul se despedir do líder negro.
Mas nunca é demais lembrar que não era assim nos anos 70, 80. E os britânicos sabem disso, tanto que as celebrações por aqui têm um tom de “reparação” da política britânica durante o regime do apartheid.
Como mostra reportagem de hoje na Folha, a ex-premiê Margaret Thatcher (que morreu em abril) mantinha um diálogo com o regime e prometeu, por exemplo, resistir às pressões internacionais para aplicar sanções ao país, além de sugerir o óbvio: a libertação de Mandela. “Eu devo resistir a sanções porque acredito que são erradas e que não é interesse britânico fazer isso”, afirmou a “Dama de Ferro”.
Leia abaixo os principais trechos da carta (em inglês) enviada por Thatcher ao então presidente sul-africano, Pieter Botha, conhecido como “O Velho Crocodilo”. Ele não libertou Mandela durante seu governo e Thatcher não mudou sua posição. O documento, que leva o timbre “secreto e pessoal”, está no acervo da Fundação Margaret Thatcher.