O cidadão italiano que perdeu ou teve o passaporte furtado no exterior pode apresentar apenas uma carteirinha de plano de saúde como identificação para receber a autorização de viagem à Itália sem o documento oficial.
É o que diz o Ministério das Relações Exteriores da Itália sobre o tema (clique aqui para ler as regras).
Segundo o governo, o cidadão que ficou sem o documento precisa, após fazer um boletim de ocorrência, procurar qualquer consulado da Itália no exterior para obter essa carta de autorização temporária ou um novo passaporte. Se “possível”, o cidadão pode apresentar qualquer documento de identificação e o ministério cita como exemplo um cartão de plano de saúde, carteira de motorista ou RG.
O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato teria usado essa carta temporária, segundo versão de amigos próximos, na fuga para a Itália, onde também tem cidadania.
Pizzolato foi condenado no Brasil a 12 anos e sete meses de prisão por envolvimento no caso do mensalão. Se ele fugiu pelo Paraguai, como dizem, pode ter usado um RG para atravessar a fronteira (seus dois passaportes, brasileiro e italiano, foram entregues ao STF), e ter ido a qualquer consulado buscar essa autorização só para viajar à Europa, bastando dizer que perdeu o seu passaporte (vale lembrar que ele não era procurado pela Interpol em setembro, quando teria ocorrido a fuga).
Assim como o governo italiano, o Itamaraty também emite essa carta temporária para brasileiros que perdem o passaporte no exterior. É chamada de ARB (Autorização de Retorno ao Brasil).
O destino de Pizzolato ainda é incerto e a polícia brasileira tenta descobrir, diante das versões que vêm sendo divulgadas, se ele está mesmo em território italiano (o governo da Itália não deu uma palavra sobre o assunto até agora). Teoricamente, o pedido de extradição só pode ocorrer quando o ex-diretor do BB for localizado.