O caso do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato não está, por enquanto, na lista de prioridades do governo italiano. As autoridades locais ainda não demonstraram preocupação.
Mas não é à toa. O foco por aqui em Roma é a possÃvel queda, ainda nesta semana, da ministra da Justiça, Annamaria Cancellieri, envolvida num escândalo de tráfico de influência (ela teria usado sua posição para ajudar a filha presa de um amigo magnata). A ministra vai amanhã ao Parlamento se defender.
E é justamente a ministra da Justiça que seria, segundo o tratado entre os dois paÃses, a interlocução com o governo brasileiro na discussão sobre a possÃvel extradição de Pizzolato para o Brasil.
Apesar dos questionamentos enviados pela imprensa brasileira, não houve até agora qualquer manifestação e, segundo assessores, não há previsão de quando isso ocorrerá. Até porque, alertam, é preciso primeiramente localizar Pizzolato para que o governo brasileiro peça sua extradição. A partir daÃ, as autoridades italianas analisarão o caso.
Conversei hoje com o senador brasileiro na Itália, Fausto Longo. Ele disse que pretende fazer um comunicado sobre o caso no Senado, mas apenas para alertar que uma pessoa no Brasil usou o direito à cidadania italiana para evitar uma prisão. Segundo ele, ainda não há como discutir a extradição de Pizzolato.
“Esse fato ainda é irrelevante na Itália porque não existe oficialmente. Ninguém sabe se ele está aqui”, disse.