Um homem suspeito de ligações com o terrorismo conseguiu despistar a polícia em Londres na última sexta-feira ao sair de uma mesquita usando burca, o véu que cobre toda a face, geralmente usado por mulheres muçulmanas.
Nascido na Somália, Mohammed Ahmed Mohamed, 27 anos, vinha sendo monitorado pela polícia por ter vínculos com o Al Shabaab , grupo ligado ao Al Qaeda responsável pelo recente ataque em um shopping no Quênia, matando 72 pessoas. O suspeito foi treinado pelo Al Shabaab, diz a polícia.
Às 10h de sexta-feira, ele entrou numa mesquita em Acton (região Oeste de Londres) com um casaco, o rosto aparecendo, e um gorro. Saiu de lá horas depois vestido de burca, sem ser reconhecido.
O caso criou uma crise política. A ministra do interior, Theresa May, disse no Parlamento britânico que não há falhas por parte da polícia, e que é forte o controle do terrorismo pelas autoridades. Já a oposição cobrou, claro.
A Scotland Yard divulgou as imagens e emitiu um alerta para saber do paradeiro de Mohamed, apesar de afirmar que ainda não o considera uma ameaça direta.
A polícia pede que qualquer pessoa que encontrá-lo chame o 999.
O episódio trouxe novamente o debate sobre o uso da burca pelas mulheres nas ruas do Reino Unido. O véu é proibido, por exemplo, em lugares públicos da França. Aqui, é liberado.
A ministra rejeitou qualquer discussão sobre o tema no momento.