A procuradoria da Suécia anunciou nesta quinta-feira (13) que três investigações contra o fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, por abuso sexual vão prescrever e serão extintas.
A legislação local diz que o suspeito de abuso sexual deve ser ouvido e processado dentro de um prazo de cinco anos, caso contrário, os crimes pelo qual é acusado prescrevem. Dois casos expiram nesta quinta (13) e outro na próxima terça (18).
Resta ainda, no entanto, uma investigação sobre suspeita de estupro, cujo prazo de investigação na Suécia expira somente em 2020. Ou seja, o encerramento dos outros três casos não significa que o fundador do Wikileaks deixará tão cedo a embaixada do Equador em Londres, onde está asilado desde 2012.
Assange passou a ser formalmente investigado em 2010 na Suécia. Dois anos depois, morando no Reino Unido, decidiu pedir asilo na embaixada do Equador (em fevereiro deste ano, ele deu uma entrevista à Folha).
Os procuradores suecos cogitaram ouvi-lo na embaixada, mas não conseguiram avançar nas negociações com as autoridades britânicas e do Equador, levando à prescrição dos casos.
Assange pediu asilo ao Equador porque teme que a Suécia o extradite para os Estados Unidos, onde seria julgado pelo vazamento no Wikileaks de informações confidenciais sobre o governo americano.
Em nota divulgada nesta quinta, o fundador do Wikileaks se diz “decepcionado” com o desenrolar do caso na Suécia, porque, segundo ele, desde o começo estava à disposição para ser ouvido e provar sua inocência. “Não havia necessidade para nada disso. Sou um homem inocente. Ofereci soluções simples: vir até a embaixada recolher minha declaração ou prometer não me enviar para os Estados Unidos. A autoridade sueca recusou os dois”, disse.